Homenagem a um tempo
sempre pensei que o tempo dos jasmins fosse eterno. na verdade, sempre senti o tempo como uma brisa cheia de murmúrios alegres e de vozes familiares. no fundo, era o tempo sem tempo em si.
não consigo entender porque tudo teve de mudar. os jasmins descoloriram e deixaram de ser, enquanto o tempo descascava as minhas pétalas favoritas e me enrijecia os ossos, como se fosse uma parede de um pesadelo ancestral, único e omnipresente.
o grito não me liberta e a mente não consegue encontrar a fórmula antiquíssima que libertou todos aqueles que, como eu, viram a vida dos dois lados. estivesse eu ou ela apagada como a noite ou como os fundos dos oceanos, onde a paz é tangível, ainda que inatingível.
sei que vou até aos limites do meu ser e sei que sempre confiarei em mim, só o posso fazer quando tudo o resto parece perecível nesse moinho de angústias e desesperos mudos em que a vida se tornou. já nada voltará, pois a essência das coisas e dos seres está identificada, acabando sempre por se manifestar nos mais disparatados pormenores ou facetas que a tornam tão ridícula... essa essência.
apetecia-me, e de certeza que desejo, tanto encontrar essa fórmula, essa magia de alma que me leve para um sítio onde os jasmins continuem a brilhar mais que a própria beleza, onde o vento e o tempo sejam um momento dessa paz profunda que apenas existe aí.
entretanto, a parede vai-me fazendo estalar os ossos...
não consigo entender porque tudo teve de mudar. os jasmins descoloriram e deixaram de ser, enquanto o tempo descascava as minhas pétalas favoritas e me enrijecia os ossos, como se fosse uma parede de um pesadelo ancestral, único e omnipresente.
o grito não me liberta e a mente não consegue encontrar a fórmula antiquíssima que libertou todos aqueles que, como eu, viram a vida dos dois lados. estivesse eu ou ela apagada como a noite ou como os fundos dos oceanos, onde a paz é tangível, ainda que inatingível.
sei que vou até aos limites do meu ser e sei que sempre confiarei em mim, só o posso fazer quando tudo o resto parece perecível nesse moinho de angústias e desesperos mudos em que a vida se tornou. já nada voltará, pois a essência das coisas e dos seres está identificada, acabando sempre por se manifestar nos mais disparatados pormenores ou facetas que a tornam tão ridícula... essa essência.
apetecia-me, e de certeza que desejo, tanto encontrar essa fórmula, essa magia de alma que me leve para um sítio onde os jasmins continuem a brilhar mais que a própria beleza, onde o vento e o tempo sejam um momento dessa paz profunda que apenas existe aí.
entretanto, a parede vai-me fazendo estalar os ossos...
1 Comments:
O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...
Mário Quintana
cleide@pien.pr.gov.br
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